As maiores viradas da história da Champions League
A UEFA Champions League é mais do que uma simples competição: é uma vitrine da emoção, da superação e, às vezes, do improvável. Considerada a maior competição de clubes do futebol mundial, a Champions reúne os melhores times da Europa - com elencos milionários, estrelas internacionais e torcidas apaixonadas. Com tanto talento e investimento em campo, os jogos tendem a ser equilibrados e extremamente disputados.
No entanto, o futebol é um esporte fascinante exatamente porque ignora probabilidades. De acordo com um estudo da Universidade de Oxford (2019), a probabilidade de uma equipe reverter uma derrota de três ou mais gols no mata-mata da Champions é inferior a 1%. E ainda assim... isso acontece.
Neste artigo, vamos relembrar cinco momentos em que o impossível se tornou realidade. Cinco partidas épicas que mostraram que, na Champions, a última palavra só é dita após o apito final.
5 - Deportivo La Coruña 4x0 Milan – 2004

Antes de se tornar um nome quase esquecido, o Deportivo La Coruña viveu seus dias de glória. Em 2004, o time espanhol encarava ninguém menos que o atual campeão europeu: o Milan de Ancelotti, com Maldini, Cafu, Pirlo, Seedorf, Kaká, Shevchenko... um esquadrão.
No jogo de ida, no San Siro, os italianos mostraram sua força: 4 a 1, com um domínio absoluto. Kaká comandou o meio-campo com maestria, e poucos acreditavam que ainda havia esperança para o time galego.
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Mas no estádio Riazor, o Deportivo provou que coração também vence jogo. A torcida empurrou o time com uma energia quase mística. Valerón comandava as ações, Pandiani foi incansável, e a equipe encaixou um 4 a 0 com autoridade. O quarto gol, de Fran, fez o estádio explodir e colocou o Deportivo na semifinal - eliminando o gigante Milan em uma das noites mais inesquecíveis do futebol espanhol.
4 - Liverpool 4x0 Barcelona – 2019

Na temporada 2018–19, o Barcelona venceu o primeiro jogo da semifinal por 3 a 0 no Camp Nou. Messi estava endiabrado. O time catalão dominava, e se Dembélé não tivesse perdido um gol inacreditável no fim, o placar poderia ter sido ainda mais elástico.
Mas Anfield é um lugar diferente. E naquela noite, o Liverpool - mesmo sem Salah e Firmino - escreveu um capítulo épico em sua história. Com um time movido por intensidade, orgulho e uma torcida que não para de cantar, os Reds abriram o placar cedo com Origi. No segundo tempo, Wijnaldum entrou como uma avalanche e marcou dois em sequência.
O quarto gol, no entanto, é símbolo de tudo que foi aquele jogo: genialidade, ousadia e frieza. Alexander-Arnold cobrou um escanteio rápido, pegando a defesa do Barça completamente desprevenida. Origi completou, e o milagre estava feito. O Liverpool devolveu o 3 a 0, fez o quarto e, no embalo da "You’ll Never Walk Alone", eliminou Messi e companhia.
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3 - Tottenham 3x2 Ajax – 2019

Na mesma temporada do milagre de Anfield, outra virada inacreditável sacudiu o mundo do futebol. O Ajax encantava a Europa com um futebol jovem, ofensivo e desinibido - com De Ligt, Ziyech e Van de Beek em grande fase. Após vencer por 1 a 0 em Londres, os holandeses abriram 2 a 0 em Amsterdã. Estava 3 a 0 no agregado.
Mas o Tottenham não se entregou. No segundo tempo, Lucas Moura se transformou em herói. Primeiro, aproveitou uma jogada embolada para marcar. Logo depois, recebeu e bateu cruzado no meio de vários adversários: 2 a 2. Faltava um.
O jogo já passava dos 50 do segundo tempo. A torcida do Ajax já comemorava. E então, em um último ataque, a bola sobrou para Lucas. Ele bateu de esquerda, no canto. Gol. Delírio. Prantos. Um brasileiro colocava o Tottenham em sua primeira final de Champions. A narração de André Henning virou um símbolo eterno daquela noite: "Lucas... LUUUUUUCAAAAAS!"
2 - Liverpool 3x3 Milan (3x2 nos pênaltis) – 2005

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Istambul, 2005. O Milan era favorito absoluto. Um time estrelado, com um dos meios de campo mais fortes da história: Pirlo, Gattuso, Kaká, e um ataque com Crespo e Shevchenko. Aos 44 minutos do primeiro tempo, o placar já marcava 3 a 0 para os italianos. A final parecia resolvida.
Mas o futebol não obedece roteiros.
No segundo tempo, o Liverpool voltou com alma nova. Gerrard marcou de cabeça, levantando a torcida. Smicer bateu de fora da área e fez o segundo. Em seguida, Xabi Alonso empatou após perder e converter o rebote de um pênalti. Em seis minutos, o impossível estava diante dos olhos do mundo.
A prorrogação teve defesas milagrosas de Dudek, incluindo uma à queima-roupa contra Shevchenko. Nos pênaltis, Dudek virou lenda ao parar Pirlo e Sheva. O Liverpool conquistava sua quinta Champions League - em uma das maiores noites da história do futebol.
1 - Barcelona 6x1 PSG – 2017

O maior milagre da história da Champions League não tem outro nome: La Remontada.
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Depois de perder por 4 a 0 em Paris, o Barcelona precisava de uma atuação perfeita - e ainda assim, o mundo duvidava. Nenhum time havia revertido essa desvantagem no mata-mata da Champions. Mas naquela noite de 8 de março de 2017, o Camp Nou virou um caldeirão fervendo de esperança, paixão e fé.
O Barça começou voando. Suárez marcou de cabeça aos 3 minutos. Depois, veio um gol contra. Neymar sofreu falta, bateu com categoria e fez o terceiro. Mas quando Cavani marcou para o PSG, o sonho parecia morrer. O Barcelona precisava de três gols em menos de 30 minutos. Missão impossível.
Mas Neymar estava possuído. Aos 88, cobrou falta com perfeição. Aos 91, converteu pênalti com nervos de aço. E aos 95... o milagre aconteceu. Neymar cruzou por cima da zaga e encontrou Sergi Roberto, que se esticou, se lançou ao vazio e completou para o gol. A explosão do estádio foi tão intensa que sensores sísmicos da cidade registraram o momento.
"O IMPOSSÍVEL ACONTECEU!", gritou André Henning. E ele tinha razão!
Conclusão
Se a matemática diz que certas viradas são improváveis, o futebol insiste em provar que o coração fala mais alto. A Champions League nos oferece espetáculo, drama e, acima de tudo, histórias que desafiam a lógica. Esses jogos são mais do que placares: são capítulos eternos da paixão que é o futebol.
E você, lembra de outra virada inacreditável? Conta para a gente e não esqueça: na Champions, o impossível acontece!
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