Entenda as Paralisações Climáticas da Copa do Mundo de Clubes

Uma característica da primeira edição da Copa do Mundo de Clubes são as paralisações das partidas devido a questões climáticas.

Nesse artigo, vamos abordar esse assunto e entender por que as partidas estão sendo paralisadas com tanta frequência, o que está acontecendo com o clima dos Estados Unidos e, também, questionar por que a FIFA decidiu marcar o torneio para essa época, mesmo sabendo das complicações.

Durante o jogo do Palmeiras contra o Al Ahly, tivemos a terceira paralisação devido a questões climáticas da Copa do Mundo de Clubes, e ainda estamos na segunda rodada da fase de grupos do campeonato. Isso levanta o questionamento: “Será que vamos ter mais paralisações durante o evento?”

Essas paralisações acontecem devido aos alertas de tempestade com raios, algo que é bastante comum na região leste do país nesse período do ano.

Estamos na estação dos furacões, que historicamente assolam a região sul e sudeste dos Estados Unidos, como foi o caso do Furacão Milton de 2024, que deixou milhões de americanos desabrigados. Porém, não há nenhuma previsão de tempestades dessa magnitude que atinjam o país durante a realização do torneio.

De qualquer forma, chuvas intensas com raios ainda são extremamente frequentes na região e estão prejudicando o andamento padrão dos jogos.

Protocolo de Evacuação da FIFA em conjunto com o Serviço de Meteorologia dos EUA

Algo que chamou bastante atenção durante as paralisações é o protocolo de evacuação do estádio, que foi uma medida tomada pela FIFA em conjunto com o Serviço de Meteorologia dos Estados Unidos para prevenir qualquer dano causado pelos raios e pela chuva intensa aos jogadores, torcedores e trabalhadores dos estádios.

Isso é uma prática comum nos EUA, ainda mais na região sul e sudeste do país, mais atingida por esse tipo de evento climático.

Porém, no jogo do Palmeiras x Al Ahly, o clima parecia estar normal. Fazia bastante calor, e apenas uma nuvem carregada estava no céu. No final das contas, não choveu, mas mesmo assim a partida foi paralisada por 45 minutos. Isso levanta o questionamento: “Será que é mesmo necessário esse tipo de medida?”.

No caso do jogo do Palmeiras, não parecia ser necessária uma paralisação. Porém, segundo o protocolo imposto pela FIFA, caso haja registros de raios em uma distância de menos de 16 quilômetros do local da partida, o jogo deve ser paralisado e o estádio evacuado. Por mais que não tenha chovido no campo, estavam caindo raios nos arredores do estádio, e isso já foi suficiente para pôr o protocolo de evacuação em prática.

Essa é outra pergunta que está sendo levantada agora com mais frequência após a terceira paralisação.

É provável que durante a fase de grupos haja mais paralisações, especialmente nos jogos do final de tarde, momento em que as chuvas são mais frequentes.

A FIFA não se pronunciou sobre o torneio coincidir com a temporada de chuvas e tempestades. A organização do evento teve que conciliar as datas com as temporadas baixas das ligas mundiais para conseguir casar os jogos com todos os clubes participantes. Infelizmente, isso coincidiu com a temporada de chuvas, e as entidades americanas apostaram nas remediações ao invés de cancelar o torneio.

Para os Estados Unidos, a Copa do Mundo de Clubes serve como um grande ensaio para receber a Copa do Mundo de 2026, além de ser uma grande vitrine midiática para o país, que ficará em evidência no futebol por dois anos seguidos. É uma chance de mostrar as equipes americanas e, quem sabe, apresentar mais da MLS para o mundo.

Logo no início do evento, os jogadores do Bayern de Munique, após a vitória de 10x0 sobre o Auckland City, reclamaram bastante do calor que fazia durante a partida.

O calor intenso está sendo outro problema que os jogadores estão enfrentando, principalmente na região oeste do país, onde ficam a Califórnia e o estado de Washington. Além do calor de mais de 30 graus que está fazendo diariamente nessa região, a incidência solar chega a bater 11 (o nível máximo) na escala de medição de raios UV.

As medidas que a FIFA tomou para o calor intenso foram duas paralisações para a hidratação dos jogadores, uma no primeiro tempo do jogo e outra no segundo tempo. Essas paralisações normalmente acontecem entre os 30 e 35 minutos do tempo regulamentar.

Os estádios da Califórnia, mais especificamente o Rose Bowl, não possuem nenhum tipo de cobertura para sombrear o campo durante a partida, o que prejudica ainda mais o calor intenso, tanto para os jogadores quanto para os torcedores.

As organizações responsáveis pelos jogos estão instruindo os torcedores a sempre se manterem hidratados e usarem protetor solar durante os jogos, especialmente aqueles que acontecem perto do meio-dia.

O serviço meteorológico dos EUA já afirmou que esse calor é atípico e um pouco preocupante. Em 2024, já havia previsões para uma temporada atípica de calor intenso em 2025, que marca a chegada da El Niña, um fenômeno climático e natural de resfriamento das águas do oceano Pacífico.

Essa movimentação climática resseca a metade sul dos Estados Unidos e acaba atingindo com bastante intensidade a Califórnia. Durante o verão, o estado sempre registra queimadas e calor muito intenso.

Se você leu até aqui, muito obrigado. Espero que tenha se divertido e gostado do conteúdo.

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